Campanha arranca em força
Jerónimo de Sousa jantou com candidatos e activistas da CDU na sexta-feira, 23, na cidade da Horta, no Faial, e insistiu em esclarecer que no sufrágio para a Assembleia Legislativa Regional os açorianos elegem deputados, não elegem um governo.
«Vamos dar utilidade ao voto votando na CDU», apelou Aníbal Pires
O sublinhado voltaria a ser feito pelo Secretário-geral do PCP no dia seguinte na intervenção de encerramento do Encontro Regional em que foi aprovado o programa com o qual a coligação PCP-PEV se apresenta às urnas (ver página 5). O mote foi porém dado no Faial, com Jerónimo de Sousa a salientar que «do que se trata aqui é de eleger deputados para a Assembleia Legislativa Regional (ALR)l», e que «é mediante essa correlação de forças que se determina as soluções políticas e as medidas a encetar pela Assembleia e pelo próprio Governo» regionais.
Outra ideia-força deixada por Jerónimo de Sousa na iniciativa foi a possibilidade de a CDU sair reforçada das urnas. Para tal, apelou a todos os presentes para que se empenhassem nesta batalha eleitoral, com confiança, porque a CDU pode crescer e avançar nestas eleições.
Aníbal Pires, por seu lado, defendeu que «há demasiado tempo que os sucessivos governos regionais do PS se dedicam apenas a tentar minorar problemas de curto prazo, tomando medidas ou, mais frequentemente, prometendo investimentos que são sempre adiados, apenas para tentar silenciar descontentamentos localizados ou obter ganhos políticos imediatos, sem enfrentar as questões de fundo, os grandes obstáculos que se colocam ao desenvolvimento dos Açores e à melhoria das condições de vida do povo açoriano».
«O Faial é, infelizmente, um bom exemplo do que acabo de afirmar», lamentou o primeiro candidato pelo círculo de São Miguel e actual deputado do PCP na ALR dos Açores.
Mudança necessária
Aníbal Pires prosseguiu nas críticas à governação regional do PS constatando que «o resultado desta política está à vista e demonstra-se no acentuar progressivo e imparável dos grandes problemas da Região e no aumento das dificuldades do povo açoriano». Exemplificou com o aumento progressivo do desemprego, que atinge níveis históricos, com a perda de valor dos rendimentos de agricultores e pescadores e as crescentes dificuldades que estes enfrentam, com a generalização dos baixos salários e da precariedade laboral, «aumentando as dificuldades das famílias e empurrando cada vez mais trabalhadores para situações de pobreza», com a «perda de população nos Açores, com reflexos dramáticos nas ilhas de menor dimensão».
Tudo a demonstrar, segundo Aníbal Pires, «a necessidade de uma governação assente num projecto de futuro, orientado para o médio e longo prazos». Este, acrescentou, «só é possível concretizar com uma profunda mudança política, que introduza mais transparência, mais pluralidade, mais participação democrática dos cidadãos nas opções de governo», pelo que, concluiu, «é essencial derrubar a maioria absoluta do PS, que lhe tem permitido decidir sozinho e em função dos seus próprios interesses político-eleitorais o que diz respeito a todos os açorianos».
«Essa é a grande mudança e a grande questão que é colocada aos açorianos e às açorianas nas eleições de 16 de Outubro. A escolha é entre a continuidade do poder absoluto e a democracia». Nesse sentido, o candidato deixou no Faial um apelo que a CDU vai levar a todas as ilhas. «Para derrubar o poder absoluto, pela democracia, pela autonomia, pelas nossas ilhas, pelo nosso povo, pela nossa região, vamos dar utilidade ao voto votando na CDU».