Salários e emprego
As centrais sindicais de Espanha CCOO e UGT terminam hoje, 23, uma série de manifestações e concentrações realizadas em mais de 40 cidades pelo aumento de salários e emprego com direitos.
Sindicatos espanhóis exigem aumentos salariais de 3%
A semana de acção iniciou-se no domingo, 19, com uma manifestação em Madrid, encabeçada pelos secretários gerais da UGT e CCOO, Pepe Álvarez e Ignacio Fernández Toxo.
Sob o lema «Stop à carestia de vida. Emprego e salários dignos», as manifestações foram convocadas em protesto contra o empobrecimento gerado pela inflação face ao congelamento dos salários e pensões e aumento da precariedade laboral.
«A situação de pobreza que se vive no nosso país é insuportável», declarou o secretário-geral da UGT, Pepe Álvarez, lembrando que «ao mesmo tempo que dezenas de milhares de famílias não têm meios para chegar ao fim do mês, um punhado de indivíduos acumulam riquezas infinitas».
Par além das manifestações nos principais centros urbanos, os sindicatos promoveram protestos locais junto das delegações e subdelegações do governo, em frente das sedes patronais regionais e de organismos da administração pública.
Os protestos fizeram-se ouvir em praticamente todas as comunidades autónomas, com particular expressão na Andaluzia, Galiza e Aragão.
Em Madrid, cerca de dez mil pessoas participaram na manifestação que ligou a Praça de Neptuno à Porta do Sol, onde intervieram os líderes sindicais.
Ambas as centrais exigem o desbloqueamento da contratação colectiva, com vista ao aumento dos salários, para fazer face à subida de preços e travar a perda de poder de compra dos trabalhadores e pensionistas.
Com uma taxa de inflação que atingiu os três por cento em Janeiro, os sindicatos reclamam actualizações salariais entre os 1,8 e os três por cento, frisando que nos últimos oito anos os salários, pensões e prestações sociais sofreram uma desvalorização acentuada, agora agravada pelo disparo dos preços dos serviços básicos, da electricidade e do gás.
Os sindicatos anunciam novas acções para Março, centradas na contratação colectiva, que podem incluir greves sectoriais, e não excluem a hipótese de uma greve geral.