Com Outubro, abrir os caminhos do futuro
O século XX ficará assinalado para sempre por aquele que foi o maior acontecimento no processo histórico de emancipação dos explorados, dos oprimidos, dos trabalhadores e dos povos: a Revolução Socialista de Outubro de 1917.
É de capital importância lembrar o que significou a Revolução de Outubro
Perante os perigos actuais decorrentes da crise estrutural do capitalismo, as caluniosas e gigantescas campanhas anticomunistas e a falsidade da historiografia oficial decretada por aqueles que se apressaram a anunciar o «fim da História», é de capital importância lembrar o que foi e significou a Revolução Socialista de Outubro e a construção da União Soviética.
Pela primeira vez na Historia, os trabalhadores com o seu partido, o Partido Bolchevique, dirigido por Lénine, tomou em mãos o seu destino e fez emergir uma sociedade nova, sem exploradores nem explorados – a sociedade socialista. Até 1917, e depois da heróica e exaltante experiência que foi a Comuna de Paris em 1871, então derrotada, o mundo nunca havia conhecido outra revolução que tivesse exercido tão ampla, profunda, diversificada e decisiva influência na vida e luta dos trabalhadores e dos povos.
O direito à habitação, à saúde, à educação, o acesso generalizado à cultura e à promoção das culturas e identidade nacionais, à protecção social, ao trabalho e a instituição do horário das oito horas e a férias pagas, a liquidação do desemprego e do analfabetismo, o controle operário, a propriedade social dos principais meios de produção e a entrega das terras aos camponeses, o fim da discriminação e a promoção e efectivação da igualdade entre mulheres e homens, foram e são concepções e realizações que marcam uma viragem histórica na luta pela plena realização e emancipação dos trabalhadores e dos povos e na universalização dos direitos humanos. São direitos e conquistas que fazem hoje parte da própria concepção de uma democracia avançada. O novo Estado proletário não se ficou apenas pela simples proclamação desses direitos, dessas conquistas. Tratou, acima de tudo, de garanti-los.
A Revolução de Outubro operou transformações revolucionárias tão profundas na velha Rússia – um país marcado por atrasos colossais, predominantemente rural e onde persistiam as relações feudais – que permitiram, em pouco tempo, transformar a União Soviética numa potência mundial em todos os planos, a todos os níveis. As suas repercussões, directas e indirectas, espalharam-se, como uma brisa libertadora, por todo o mundo. Desencadearam-se lutas e processos revolucionários em muitos países, que mesmo tendo sido derrotados e brutalmente esmagados, alguns até de forma sangrenta, permitiram à classe operária e aos trabalhadores alcançar pela primeira vez importantes conquistas sociais, nomeadamente em países capitalistas, com a construção e edificação do chamado «Estado Social», principalmente após a derrota da besta nazi-fascista na II Guerra Mundial e da contribuição decisiva da União Soviética para essa derrota.
Nada foi oferecido
Aos trabalhadores nunca nada foi oferecido, tudo teve de ser conquistado. Mesmo em momentos em que tal parecia possível, tal foi sempre o fruto da relação de forças existente, que teve um peso decisivo nas cedências que o capitalismo foi forçado a fazer, ao arrepio da sua natureza de classe, receando novas revoluções sociais.
A força e o exemplo que irradiavam da União Soviética e dos países socialistas permitiu durante um importante período histórico a contenção do imperialismo. Tornou possível a liquidação do colonialismo e as grandes alterações sociais registadas no século XX.
O desaparecimento da União Soviética e as derrotas do socialismo no Leste da Europa tiveram um inegável e profundo impacto negativo na correlação de forças mundial, na consciência das massas e no desenvolvimento da luta. No ano em que se assinala o centenário da Revolução de Outubro, a importância das históricas realizações alcançadas comprovou o que até então parecia impossível.
Os operários, os camponeses, os revolucionários de Outubro, ousaram e abriram o caminho do futuro. A evolução da situação nas últimas décadas e a situação actual dão-lhes acrescida razão. Seguindo o seu exemplo, respondendo ao tempo em que vivemos, lutamos e resistimos.
Venceremos!