Na parede da casa onde nasceu, em Salvador, no Brasil, está afixada uma placa onde se lê: «nasceu livre Luiz Gonzaga Pinto da Gama. Filho de Luiza Mahin, nagô de nação. Escravizado aos 10 aos pelo pai, seguiu para São Paulo. Ali se libertou analfabeto aos 17 anos, autor literato aos 29, encontrou na advocacia o caminho que o levaria às culminâncias da fama...» Filho de um fidalgo português que em 1840 o vendeu ilegalmente como escravo para pagar uma dívida de jogo, e de Luiza Mahin, uma negra livre que participou de diversas insurreições de escravos, Luiz Gama foi um dos maiores líderes abolicionistas do Brasil. Por ser negro, enfrentou a hostilidade de professores e alunos do Curso de Direito do Largo do São Francisco, hoje Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, mas persistiu como ouvinte das aulas. Não concluiu o curso, mas o conhecimento adquirido permitiu que actuasse na defesa jurídica de negros escravos. Segundo o Instituto que leva o seu nome, terá conseguido libertar mais de 500 escravos, sendo que algumas estimativas falam em mil. Em 3 de Novembro de 2015, Luiz Gama recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil, 133 anos após a sua morte, o título de advogado.