Forma e conteúdo

Carlos Gonçalves

No dia a dia da luta de classes e da sua expressão no plano ideológico e político no mundo de hoje e em particular no nosso País, relevam cada vez mais as questões da comunicação social e das múltiplas plataformas conexas.

Com a Festa do Avante! quase a abrir são inevitáveis as preocupações, decorrentes da experiência de tantos anos, de preconceitos e «clichês», de ocultação, menorização e deturpação da maior realização político-cultural de massas em Portugal, que marcam muitas vezes a respectiva cobertura nos média dominantes e cujo paradigma da pouca vergonha é ainda hoje o texto de uma «PCPóloga» que escreveu que o palco 25 de Abril tinha sido deslocado para diminuir o espaço do comício(!). A um mês de eleições autárquicas, no auge de uma pesada operação para forjar a bipolarização artificial – em «duelos» de um execrável «western» de PSD e PS –, é óbvia a tentativa de criar dificuldades à CDU. E tudo serve para o efeito, as provocações a Angola ou Venezuela, a campanha negra contra municípios CDU, a promoção desbragada dos «cucos», para menorizar e procurar impedir o reforço do PCP.

No fundo, múltiplas formas de expressão do conteúdo da situação na comunicação social dominante, de ainda maior intensificação da concentração monopolista e domínio do capital estrangeiro, que se confirma nas operações de controlo pela Altice da Media Capital, dona da TVI, e por interesses financeiros, em arrumação e guerra intestina, de uma parte da Impresa – Caras, Visão –, deixando (ou não) de fora SIC e Expresso. Um quadro em que continuam a avançar os despedimentos e a precariedade e a degradar-se o rigor informativo e o pluralismo.

A generalidade dos média é «apenas» um instrumento de dominação ideológica do capital, de anticomunismo e combate aos valores de Abril, sob férreo controlo e orientação dos grupos económicos.

É urgente esclarecer e lutar. E reforçar o PCP e a CDU, para uma política patriótica e de esquerda.




Mais artigos de: Opinião

Quando a ideologia arrasa a realidade

No momento em que estas palavras estão a ser escritas não se conhece ainda a intervenção de Cavaco Silva na dita universidade de Verão que o PSD organiza em Castelo de Vide. Sabe-se que se intitulará «Os jovens e a política: quando a realidade tira o tapete à...

A cantiga é outra

Anda um reboliço nas redes sociais, ou como alguém já lhes chamou nos «tribunais digitais», a propósito de uma canção do último disco de Chico Buarque, intitulada Tua Cantiga. Dizem os indignados que é «machista» pelo verso «quando teu...

Espiral agressiva

No pano de fundo da crise do capitalismo, a escalada de tensões na cena internacional não pode deixar de ser levada a sério. A temperatura continua perigosamente a subir, com os EUA apostados em cavalgar crescentes contradições e impasses internos, vertendo mais gasolina na fogueira da...

Não há dois caminhos

Numa declaração política na Assembleia da República cujo tema foi o balanço ao ano lectivo de 2016/2017, o Grupo Parlamentar do PCP, considerou que este «começou bem, mas acabou menos bem».

Não nasce

Sob o pretexto das autárquicas, Passos Coelho tem andado por aí a dizer coisas. Em Arronches, retomou as «falhas clamorosas do Estado» nos incêndios (um prato constante no actual cardápio), seguindo-se-lhe uma nova frase enigmática – o que se está a tornar...