Jovem Orquestra Portuguesa vítima do subfinanciamento
A Jovem Orquestra Portuguesa (JOP) tem a sua existência ameaçada pelo «crónico subfinanciamento da cultura» e o concerto do passado dia 23 de Setembro pode muito bem ter sido o último. Estas são duas das ideias constantes na pergunta enviada pela deputada Ana Mesquita ao Ministério da Cultura dias antes, na qual se questiona o Governo acerca das medidas que pretende tomar no sentido de impedir o encerramento da JOP. Numa perspectiva mais larga, Ana Mesquita quer ainda saber se o Governo do PS tem como objectivo inverter o «gravíssimo subfinanciamento que afecta a cultura e, designadamente, os apoios públicos destinados à criação artística».
De modo a sublinhar o relevo deste projecto cultural, a deputada comunista recorda a criação da orquestra em 2010 e o facto de, desde 2013, representar Portugal na Federação Europeia de Orquestras Nacionais de Jovens. Na presente temporada, a JOP é composta por 80 jovens de todo o País com idades entre os 14 e os 24 anos. A 1 de Setembro, acrescenta-se, a JOP actuou na Konzerthaus Berlin e «além de protagonizar um concerto de reconhecida qualidade arrecadou um prémio para a jovem compositora Mariana Vieira: o Prémio de Composição do European Composer Award, integrado no Festival Young Euro Classic, com a obra raiz». Apesar da sua relevância, a orquestra tem sobrevivido sobretudo graças a apoios privados, limitando-se o contributo da Direcção-Geral das Artes aos subsídios directos bienais concedidos à Orquestra de Câmara Portuguesa, de onde a JOP emana.