1556 – Igreja Matriz de Caminha

A história de Caminha e da sua imponente Igreja Matriz é indissociável da respectiva situação geográfica, que desde os primórdios da nacionalidade a transformaram num ponto avançado na estratégia militar portuguesa na luta contra castelhanos e leoneses. Com carta de foral desde 1284, a vila foi doada por D. João I a Fernão Martins Coutinho, em 1390, altura em que recebe também o privilégio de «povo franco». A medida contribui para desenvolver a vida marítima e o comércio locais, permitindo o início da construção da Igreja Matriz, em 1428. O majestoso templo, concluído em 1556, é todo de granito, segue o modelo gótico da igreja-fortaleza, mas incorpora outros estilos, como o chamado «manuelino», e o renascentista. Uma das atracções da Igreja é o seu riquíssimo tecto de madeira, de inspiração islâmica, feito de madeiras de várias qualidades. Outro dos motivos de interesse é a pitoresca gárgula, virada para Espanha, representando um homem de traseiro ao léu, numa mensagem óbvia. Sinal das passadas disputas entre Portugal e Espanha, este tipo de gárgulas existe noutras igrejas, como a Sé Catedral da Guarda, ao longo da fronteira, sendo também comum noutros países da Europa.