Catalães exigem libertação dos presos políticos
CATALUNHA Mais cem mil pessoas manifestaram-se, dia 14, em Barcelona, para exigir a libertação dos dirigentes independentistas presos e o regresso dos exilados.
Justiça alemã recusa crime de «rebelião» contra Puigdemont
Os manifestantes, mais de 110 mil segundo a Guarda Urbana, responderam à convocatória da Assembleia Nacional Catalã, do Ominium Cultural e da Associação Catalães pelos Direitos Civis, no final de uma semana marcada pela recusa da justiça alemã de extraditar o antigo presidente do governo regional, Carles Puigdemont, pelo crime de «rebelião».
A manifestação, iniciada no final da tarde, foi encabeçada pelo actual presidente da Generalitat, Quim Torra, que voltou a exigir ao governo de Pedro Sanchez a libertação dos dirigentes políticos, salientando que «o crime de rebelião nunca existiu e foi pelos ares na passada quinta-feira», aludindo à decisão do tribunal alemão.
Atrás da faixa com a inscrição «Nem prisão, nem exílio, queremo-los em casa», alinhavam-se familiares dos presos, bem como o presidente do parlamento regional, Roger Torrent, membros do governo regional, destacados dirigentes dos partidos independentistas (PDeCAT, ERC e CUP) e representantes de outras forças políticas, caso da Catalunha em Comum, que se solidarizaram como o protesto.
A decisão da justiça alemã
O tribunal de Schleswig-Holstein considerou, dia 12, em comunicado, «não admissível» a extradição Carles Puigdemont pelo crime de rebelião, como foi solicitado pelo juiz do Tribunal Supremo espanhol.
Tendo recusado igualmente um suposto delito de perturbação da ordem pública, os magistrados admitiram, no entanto, extraditar Puigdemont pelo delito de desvio de fundos públicos, relacionado com as despesas efectuadas na organização do referendo de 1 de Outubro de 2017, considerado ilegal pela justiça espanhola.