RESISTÊNCIA A convite da Frente Sandinista de Libertação Nacional, o PCP visitou a Nicarágua, participando, no dia 19, no acto central comemorativo do 39.º aniversário da Revolução Popular Sandinista.
As celebrações do 19 de Julho de 1979, data em que a revolução armada triunfante derrubou a ditadura de Anastasio Somoza, tiveram lugar num quadro interno difícil, marcado pela onda de violência terrorista de grupos armados e sectores da oposição, orquestrada pelo imperialismo norte-americano.
O grandioso comício realizado na capital nicaraguense, Manágua, enchendo por completo a Praça da Fé, constituiu uma vibrante demonstração de militância e compromisso popular de apoio à revolução sandinista, à FSLN e ao presidente Daniel Ortega, reafirmando o apelo à paz e justiça.
Na intervenção central do aniversário, Daniel Ortega desmontou o falso carácter pacifista da campanha desestabilizadora, expondo a sua essência golpista. Denunciou em particular a actuação dolosa de representantes da cúpula eclesiástica que, a coberto do papel de mediadores, se juntaram abertamente ao plano subversivo da oposição, nomeadamente a exigência da dissolução dos diferentes órgãos de poder de Estado e a realização de novas eleições.
Firmeza e inteligência
Perante uma assistência entusiástica, sobressaindo a forte participação da juventude, Daniel Ortega reafirmou o apelo à luta pela paz «com firmeza e inteligência», defendendo ao mesmo tempo o fortalecimento dos «mecanismos de autodefesa» para travar a onda de assassinatos e terror contra o povo, camponeses e militantes e simpatizantes sandinistas. Para além de Daniel Ortega e da vice-presidente, Rosário Murillo, o acto comemorativo contou ainda com as intervenções dos ministros dos Negócios Estrangeiros de Cuba e da Venezuela, Bruno Rodríguez e Jorge Arreaza, e a participação de delegações de partidos e movimentos sociais da América Latina e Europa e de representantes do corpo diplomático.
Em saudação entregue à FSLN, o PCP, representando por Luís Carapinha, da Secção Internacional, reafirmou a solidariedade dos comunistas portugueses com a luta por «uma Nicarágua e América Latina livre e emancipada» e expressa a convicção «do papel insubstituível desempenhado pela FSLN e a ampla participação popular na construção de um futuro de paz, soberania e progresso social na Nicarágua».