Cimeira do G7 em França marcada por desacordos

IRÃO Reunida durante três dias, a Cimeira do G7, que decorreu em França sob fortes medidas de segurança, teve na tensão no Golfo Pérsico e nas relações com o Irão um dos centros das suas preocupações.

Situação no Golfo Pérsico foi um dos temas debatidos na Cimeira do G7

Na cidade de Biarritz, em França, terminou na segunda-feira, 26, a 45.ª cimeira do grupo de potências industriais denominado Grupo dos Sete (G7), que não inclui a China e a Rússia. O último dia foi preenchido por debates sobre o meio ambiente e os desafios da era digital, tendo participado também dirigentes convidados, de países como a Índia, a África do Sul, o Egipto ou o Senegal e de organizações mundiais e regionais como as Nações Unidas, a União Europeia ou a União Africana.

Depois de três dias de reuniões, marcadas por desacordos, o fórum que reuniu os líderes da Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido e que decorreu rodeado de enorme dispositivo de segurança, encerrou sem brilho, sem comunicado final, substituído por uma curta declaração.

As sessões de trabalho multilaterais e as reuniões bilaterais durante a cimeira não lograram alterar o panorama de desacordos e contradições entre as potências ocidentais mais o Japão, em temas como a guerra comercial imposta por Washington à China e suas repercussões na economia mundial - marcada pelo aprofundamento da crise estrutural do capitalismo - ou o agravamento da situação no Médio Oriente com a escalada de provocação e de ameaças de agressão militar dos EUA ao Irão.

Não anunciada previamente foi a deslocação a Biarritz, durante a cimeira, do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Zarif, convidado pela França. O diplomata encontrou-se com o presidente Emmanuel Macron e com representantes da Alemanha e Reino Unido, na busca de reduzir as tensões no Golfo Pérsico.

Segundo declarações de Macron no final da cimeira, terão sido «criadas condições» para um encontro entre Donald Trump e o presidente iraniano, Hassan Rohani.

O Irão foi um dos assuntos centrais da cimeira do G7 e o tema evidenciou contradições no seio das potências que integram o grupo. Não são coincidentes as posições dos EUA, que se retirou do pacto sobre o programa nuclear de Teerão e apostou nas sanções económicas e na confrontação, com as de França, Alemanha e Reino Unido, que insistem na validade do acordo assinado em 2015 e na via diplomática.

Diplomacia dos negócios

A Cimeira do G7 foi também palco de negócios. Trump dialogou sobre comércio com os líderes britânico, japonês e canadiano.

Após um encontro com Boris Johnson, a Casa Branca emitiu um comunicado realçando que a saída de Londres da União Europeia «apresenta muitas oportunidades para aprofundar a relação económica e comercial já sólida, incluindo um acordo comercial integral» entre os EUA e o Reino Unido.

Depois da reunião entre Trump e o primeiro-ministro nipónico, Shinzo Abe, foi anunciado que EUA e Japão chegaram a um acordo comercial, que será assinado em Setembro, em Nova Iorque.

Com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, o presidente dos EUA conversou sobre o pacto entre os dois países e o México, destinado a substituir o Tratado de Livre Comércio da América do Norte.




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