25 Dezembro de 1892 – nasce Irene Lisboa
Professora, notável pedagoga, escritora, Irene Lisboa foi uma figura incómoda para a ditadura de Salazar, que a perseguiu e afastou da função pública. Diplomada pela Escola Normal Primária, as suas classes infantis tornam-se notadas pelos métodos inovadores. Como bolseira do Instituto de Alta Cultura (IAC), estudou em França, Bélgica e Suíça –frequentou o Instituto Jean-Jacques Rousseau e conheceu Claparède e Jean-Piaget – especializando-se em Ciências da Educação. Nomeada para o IAC, entra em rota de colisão com o regime: na Escola toda a criança se submete a um viver artificial... não parte, não mexe, não apalpa, não discute, não tem preferências… tem deveres, é subordinada, criticava. Afastada definitivamente de todos os cargos oficiais em 1940, dedica-se à escrita, já iniciada sob o pseudónimo de João Falco, com dois livros de poemas. O seu estilo distingue-se por misturar verso e prosa, quebrando barreiras entre géneros literários. Com obra dispersa por jornais e revistas, como Presença, Sol Nascente e Seara Nova, Irene Lisboa continua ainda por (re)descobrir, com títulos como Esta cidade!, Uma mão cheia de nada outra de coisa nenhuma, Voltar atrás para quê?, O pouco e o muito, Queres ouvir? Eu conto, Título qualquer serve. Morreu em 1958.