Washington agrava relações com Pequim

DIFAMAÇÃO A China deplorou o afã dos Estados Unidos em difamar as forças armadas chinesas com um relatório que desvirtua a estratégia de defesa do país asiático.

Trump faz dos ataques à China o tema principal da sua campanha eleitoral

Lusa


O Ministério da Defesa chinês denunciou que o recente relatório do Pentágono sobre o Exército Popular de Libertação (EPL) distorce os objectivos da política de defesa da República Popular da China. A política de defesa chinesa, sublinha o governo de Pequim, tem como base um carácter de paz e o seu objectivo é proteger a soberania, a segurança e os interesses do desenvolvimento da China.

O Ministério da Defesa, depois de reafirmar os direitos da China em relação a Taiwan e a oposição aos propósitos separatistas alimentados por forças externas, nega que a China ameace ou ponha em risco um terceiro país ou território. E sublinha que, ao contrário, os EUA são responsáveis por lançar o caos, destruir a paz mundial e a ordem internacional com acções militares contra países como Iraque, Síria e Líbia.

Entre outras questões, o Ministério da Defesa assegurou que o ELP respeita os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas, protege a segurança regional e apoiará os esforços globais para manter a paz no planeta.

No início deste mês, Washington publicou um relatório sobre os alegados avanços do exército chinês em áreas como a construção de navios, mísseis balísticos convencionais lançados de terra e mísseis de cruzeiro, bem como os sistemas integrados de defesa aérea, procurando esconder que são os EUA que promovem a corrida aos armamentos, incluindo nucleares, que tem centenas de bases militares espalhadas pelo mundo, que são responsáveis por guerras de agressão e operações de desestabilização contra inúmeros países, que são o país do mundo que tem de longe o maior orçamento militar – cerca de 732 mil milhões de dólares, em 2019, que representam 38% da despesas militares a nível mundial, enquanto a China orçamentou cerca de 261 mil milhões de dólares, cerca de três vezes menos que os EUA (SIPRI).

O referido relatório do Pentágono surge num contexto marcado por uma crescente confrontação dos EUA contra a China. À guerra comercial iniciada pelos EUA há dois anos e meio, juntam-se a intromissão de Washington em assuntos internos da China, como relativamente a Xinjiang, Hong Kong, Tibeteou Taiwan, provocações militares norte-americanas junto à China, sanções ao sector tecnológico chinês, assédio a diplomatas e estudantes chineses e até a tentativa de instrumentalização da pandemia de COVID-19.

A confrontação de Washington contra Pequim sobe de tom à medida que se aproximam as eleições nos EUA, em 3 de Novembro, tendo o presidente Trump feito dos ataques à China o principal tema da sua campanha.




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