REGIONAIS As eleições para a Assembleia Legislativa dos Açores do passado domingo, 25, ficaram marcadas pelo perda da maioria absoluta do PS e da representação parlamentar da CDU, bem como do surgimento de novas forças políticas.
Numa declaração em formato de vídeo transmitida ao final da noite de domingo, Jerónimo de Sousa considerou que a «perda da maioria absoluta» pelo PS «é, em si, um sinal que, sem ser absolutizado, traduz o descontentamento crescente face a uma governação que tem avolumado problemas, agravado os problemas sociais, o desemprego e a pobreza, condicionado o desenvolvimento da região».
Estas eleições ficam também marcadas pelo «surgimento de forças sem percurso ou contribuição real na vida política e social regional, que, sem proposta ou projecto para a Região, encontram campo na demagogia e na exploração de um ambiente de descrença generalizada com a falta de respostas aos seus problemas, para recolha de votos que se revelarão inconsequentes», adianta o Secretário-geral do PCP.
Relativamente ao resultado da CDU (1,68 por cento e 1745 votos), o dirigente comunista referiu que «não traduz quer a influência social e política da CDU, quer o reconhecimento da sua intervenção na vida política açoriana». «A subida significativa da votação da CDU no Faial não compensou reduções de votação em outros círculos. A perda de representação parlamentar pela CDU constitui um resultado particularmente negativo na vida política regional, um significativo empobrecimento democrático e sobretudo uma fragilização da intervenção em defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo açoriano, como aliás já foi comprovado entre 2004 e 2008, período em que a CDU não teve representação parlamentar», interpretou.
Como factores que «terão pesado na não eleição de deputados pela CDU», Jerónimo de Sousa apontou «a dispersão de candidaturas, a expressão da continuada ofensiva anti-comunista que não deixou de se reflectir na Região, as acrescidas dificuldades que a epidemia colocou na construção da campanha da CDU, que tem na participação e no contacto directo elementos centrais no esclarecimento e na mobilização para o voto».
Na mesma noite, saudando os açorianos e açorianas que confiaram o seu voto e apoio à CDU, Marco Varela, Coordenador Regional do PCP, garantiu que «os trabalhadores e o povo açoriano continuarão a contar, ainda que sem representação parlamentar, com a intervenção do PCP e da CDU na defesa dos seus direitos e interesses, na afirmação dos interesses da Região e da autonomia, na luta por melhores salários e pensões, pelo direito ao trabalho e a funções sociais, na afirmação e valorização da produção regional».