Contra a destruição da Gestnave

Meio milhar de trabalhadores da Lisnave, Gestnave e empresas associadas manifestaram-se dia 4 de Novembro em Setúbal, concentrando-se junto ao Governo Civil, para exigir que o Governo abandone a intenção de dissolver a empresa de que é accionista. Tal medida mereceu já o parecer negativo da Comissão de Trabalhadores da Gestnave.
A Gestnave, com capital público, resultou do protocolo firmado entre o Governo e o grupo Mello, em 1997, o qual está agora a ser posto em causa, particularmente no que respeita à garantia de centenas de postos de trabalho no estaleiro da Mitrena, preocupação agravada por esta situação ocorrer num distrito que apresenta uma taxa de desemprego de 11 por cento, quase o dobro do índice nacional.
Suscita igualmente preocupação o futuro do fundo de pensões, que foi naquela altura criado para garantir o direito de aposentação a todos os trabalhadores que completassem 55 até 2007.
Antes da manifestação de dia 4, os trabalhadores tinham já realizado uma acção, junto ao Ministério da Economia, a 28 de Outubro. No dia seguinte, em assembleia geral, foi decidido avançar para a iniciativa na capital do distrito, que também serviu como forma de sensibilização da opinião pública.
Na resolução, aprovada por unanimidade nessa assembleia, os trabalhadores previnem que a viabilização da Lisnave pode ser ameaçada, se as medidas que o Governo tem em marcha ignorarem o que conduziu à actual situação de estabilidade comercial. «Qualquer decisão que diminua a capacidade instalada, entre Lisnave, Gestnave e associadas, com a perda de profissionalismo, vem introduzir um vírus de morte no processo de viabilização», afirma-se no documento.
Está pendente no Ministério da Economia um pedido de audiência. E ficou afirmada no dia 4 a determinação de avançar para novas formas de luta, caso não haja resposta positiva.


Mais artigos de: Trabalhadores

Protesto crescente

Em Lisboa e no Porto, dia 10, ficou bem vincado que a luta dos trabalhadores vai prosseguir e intensificar-se, por salários justos e trabalho com direitos, contra a injustiça e as desigualdades, por um novo rumo na política nacional.

Atenção à CGD

A Comissão de Trabalhadores da Caixa Geral de Depósitos deixou anteontem em Belém um alerta, sublinhado com milhares de assinaturas, face às medidas do Governo para o maior banco português.

Política de desemprego

O Plano Nacional de Emprego, PNE, vai esbarrar, como em 2003, nas próprias políticas do Governo, considera a CGTP-IN. Só Lisboa tem mais de cem mil desempregados, denunciou a USL.

Luta e negociações na Administração Pública

«A luta é o caminho», afirmou anteontem a Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, num comunicado em que anuncia que o Governo propôs para a próxima terça-feira, às 11 horas, a primeira reunião do processo negocial para o próximo ano.A Frente Comum nota que «este dia e hora “coincindem” com a decisão...

Pela negociação colectiva

Lançar e projectar a acção sindical europeia no sector rodoviário de passageiros para o futuro, foi o propósito do seminário promovido pela Festru na segunda-feira, em Lisboa.

Crescer e lutar

No seu 9.º Congresso, realizado dia 12 no Porto, a Federação dos Sindicatos Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal definiu objectivos de luta e de reforço organizativo. Nas orientações aprovadas para os próximos 4 anos, a mobilização dos trabalhadores para a luta por salários-base mínimos de 500...

Liberdade de imprensa em debate

«Da censura à liberdade de imprensa e ao controlo dos órgãos de comunicação social pelos grupos económicos» é o tema da última conferência de um ciclo promovido pela União dos Sindicatos do Porto, a ter lugar no dia 24, quarta-feira, às 14.30, na casa sindical, com a participação do jornalista, César Príncipe.O ciclo...

Urânio empobrece trabalhadores

Vinte trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio estiveram concentrados, no dia 12, frente à residência oficial do primeiro-ministro, em Lisboa, para exigir o cumprimento de promessas feitas em Março de 2001, quando do encerramento da unidade.Os trabalhadores pretendem ver-se equiparados aos trabalhadores de fundo de...