Ocupantes e colaboracionistas atacados no Afeganistão

Começou a «ofensiva da Primavera»

Grupos armados lançaram uma vaga de ataques contra estruturas da NATO, representações diplomáticas de países ocupantes e instituições do regime colaboracionista. O movimento talibã diz tratar-se do início da «ofensiva da Primavera».

Os ataques em Cabul foram os maiores em dez anos de ocupação

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Na capital do país, Cabul, os ataques iniciaram-se ao princípio da tarde de domingo, 15, e terão sido a maior operação desencadeada no interior da cidade em dez anos de ocupação. Apesar de qualificados pelas autoridades norte-americanas como mais simbólicos do que eficazes, a verdade é que os comandos talibãs só foram derrotados ao fim de 19 horas de intensos combates e depois da intervenção dos meios aéreos da NATO.

Segundo dados oficiais, a ofensiva vitimou 51 pessoas (36 dos quais membros dos grupos armados) e feriu outras 75, a maioria das quais elementos das forças de segurança do regime afegão.

Só o edifício do parlamento foi alvo de meia dezena de ataques e esteve debaixo de fogo até à madrugada de segunda-feira, isto após um comando talibã ter ocupado um prédio de seis andares frente ao hemiciclo.

A magnitude da ofensiva contra o parlamento de Cabul foi tal que vários deputados se viram obrigados a ombrear com os respectivos guarda-costas na defesa do edifício, e o presidente títere Hamid Karzai, que se encontrava nas imediações a discutir o orçamento com um grupo de parlamentares, foi obrigado a refugiar-se num local considerado seguro, informou a France Press, que cita um conselheiro de Karzai sob reserva de anonimato.

Em Cabul, foram igualmente alvos dos talibãs a casa de um vice-presidente, a sede da Aliança Atlântica e o bairro das embaixadas, tendo as representações diplomáticas dos países ocupantes sido particularmente fustigadas.

Já nas províncias de Logar, Paktika e Jalalabad, foram atacadas instalações governamentais, um centro de treino da polícia e uma base com aeroporto controlada pela ISAF (International Security Assistance Force).

 

Diferenças de avaliação

 

Tal como em ocasiões anteriores, o presidente títere Hamid Karzai e os altos responsáveis imperialistas revelaram, neste caso, diferenças na avaliação dos acontecimentos. Karzai considerou que o «a infiltração de terroristas em Cabul e noutras províncias é um fracasso dos serviços de informações. Dos nossos e especialmente dos da NATO, o que deve ser objecto de um inquérito rigoroso».

Pelo contrário, o porta-voz do Pentágono, George Little, saudou as forças afegãs pela eficácia na resposta aos ataques e recusou qualquer paralelismo com o sucedido em 1968 em Têt, no Vietname.

O movimento talibã reivindicou os ataques coordenados e informou que aqueles marcam o início do que chamam de «ofensiva da Primavera».

Para os talibãs, a ofensiva é a resposta à alegada incapacidade dos grupos armados afectos ao movimento em realizarem ataques em grande escala. «A administração de Cabul e as forças invasoras disseram há algum tempo que os talibãs não eram capazes de lançar uma ofensiva na Primavera. Os ataques de hoje são o princípio», ameaçou um porta-voz ouvido pela France Press.



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