Unidos e em greve
Ontem, às 00h30, os trabalhadores da General Cable CelCat, em Morelena (Sintra), iniciaram mais uma série de greves de quatro horas por turno (duas no início e duas no final), durante três dias.
Nos motivos da luta, recorda o Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas, inscreve-se: a exigência de aumentos salariais, a contestação da jornada de trabalho de seis dias, com laboração sete horas seguidas sem período de descanso para refeição (medida já imposta ao primeiro turno), a revisão do Acordo de Empresa no que toca a férias, pagamento do trabalho complementar, subsídios de alimentação e anuidades.
A «postura intransigente» da direcção da fábrica na negociação tem agravado o conflito laboral, levando à greve pela sexta vez este ano.
O sindicato da Fiequimetal/CGTP-IN observa que a estratégia da CelCat insere-se numa ofensiva generalizada das empresas deste sector, procurando aumentar a jornada de trabalho para seis dias, sem respeitar o tempo de descanso dos trabalhadores, e congelar os salários.
Para amanhã, dia 27, foi convocada na Efacec uma greve de duas horas por turno, com concentração dos trabalhadores no exterior das instalações, na Arroteia e na Maia. A decisão foi tomada dia 18, num plenário amplamente participado, dando assim mais um sinal claro de descontentamento e determinação para a luta, como tinha sucedido em Julho (plenário com concentração junto ao edifício da administração).
Realizadas a coberto do estatuto de «empresa em reestruturação», as propostas de despedimento «por mútuo acordo» têm sido recusadas, na sua grande maioria. Apesar de acções de represália, os trabalhadores continuam a resistir às tentativas de aplicar a polivalência de funções e o «banco» de horas e de alterar o local e o horário de trabalho.
No dia 2 de Novembro vão fazer greve os trabalhadores da Uniself nas cantinas escolares da região Norte, porque a empresa não honrou os compromissos que assumiu nas reuniões, realizadas no Ministério do Trabalho, no quadro de um processo de informação e negociação que o Sindicato da Hotelaria promoveu «para prevenir quaisquer conflitos laborais decorrentes da transmissão da exploração do serviço de refeições das cantinas escolares da Gertal e da Itau para a Uniself»: não contratou todos os trabalhadores que laboravam no ano lectivo anterior, não está a respeitar o quadro de pessoal previsto no caderno de encargos e está a impor ritmos de trabalho intensos devido à falta de pessoal. Também ainda está por cumprir o pagamento, no final de Agosto, dos proporcionais de férias e subsídio de férias aos trabalhadores efectivos que transitaram das anteriores concessionárias, protestou o sindicato da Fesaht/CGTP-IN, ao anunciar a greve.