Espírito de luta latino-americano no Fórum de S. Paulo em Cuba
Representantes das forças progressistas e de esquerda latino-americanas e caribenhas participam, de 15 a 17, em Havana, no 24.º encontro anual do Fórum de São Paulo, para debater estratégias e acções da luta anti-imperialista.
Fundado no Brasil, em 1990, o retorno do Fórum de São Paulo a Cuba «mostra a disposição dos povos da América Latina em dar luta e enfrentar a ameaça da direita na região», afirma o argentino Atilio Borón.
Sobre a situação na América Latina, o intelectual defendeu que a região se encontra submetida a uma intensa contra-ofensiva imperialista, que tem como alvos preferenciais forçar a «mudança de regime» na Venezuela, agravar o bloqueio a Cuba e isolar o governo da Bolívia.
Borón, em declarações à Prensa Latina, disse que o imperialismo está a fomentar a oposição na Nicarágua e a atirar o Equador de novo para o domínio norte-americano, com o regresso de tropas dos EUA à base de Manta e a «libertação» de Julian Assange da embaixada de Quito em Londres, «o que equivale à sua sentença de morte».
Destacando que, no México, o neoliberalismo acaba de sofrer «uma tremenda derrota», Borón previu que a reunião em Havana permita uma discussão fraterna e franca sobre os êxitos e os recuos dos governos progressistas da América Latina. E confirme a ideia de que não há um «fim de ciclo» da esquerda na América Latina, onde a luta dos povos continua.