Comício grandioso como são a Festa e o Partido
Empolgante, sublime, galvanizador - assim foi o comício da Festa. Não há outra forma de o descrever ou caracterizar. O que ali se viveu e foi partilhado pelos muitos e muitos mil que encheram o recinto tangente ao palco 25 de Abril e espaços adjacentes foi uma exaltante expressão de confiança no futuro, só possível porque ela própria é inseparável da indomável força do ideal que a suporta e motiva.
Não há por isso exagero na adjectivação quando se está perante aquele que é o maior acto político de massas que o País conhece, único como única é a Festa onde se insere nas suas multifacetadas dimensões – essa inspiradora e extraordinária obra erguida de forma singular pela acção militante dos comunistas e do seu Partido. «Admirável criação», assim a definira dois dias antes Jerónimo de Sousa no acto de abertura.
E não se trata de abordar a questão apenas pelo seu lado quantitativo – o que de si já seria muito e muito significativo, tendo sobretudo em conta que comparável em termos de participação só mesmo o referido acto que marcou o arranque da Festa.
A distinguir o comício – e este é outro elemento fortemente diferenciador - está tudo o que o envolve e dele emana: a sua atmosfera contagiante, de energia, de fraternidade e camaradagem, numa afirmação de vontade colectiva reveladora da força e vitalidade do Partido e do seu projecto de construção de uma sociedade nova libertada de todas as formas de exploração.
Ambiente vibrante onde luta e determinação combinam com alegria e festa, partilhadas por quem tem em comum os valores da solidariedade internacionalista, da paz e da justiça social.
É preciso avançar!
E foi assim, diga-se, do princípio ao fim do comício naquele domingo de temperaturas altas, no imenso círculo frente ao palco que desde essa manhã se apresentara ainda mais colorido pelas seis largas faixas nele colocadas envolvendo todo o perímetro com inscrições instando ao reforço da CDU nas eleições de Outubro. Porque essa, sabemos, é condição para que o País avance, para que avance e não recue por exemplo na melhoria dos transportes públicos, no aumento das reformas e pensões ou no aumento geral dos salários e do salário mínimo nacional para os 850 euros.
Essa mesma atmosfera combativa era entretanto já perceptível mesmo antes do comício, num crescendo de expectativa à medida que se aproximava o seu início. Facto observável em vários pontos do recinto onde as organizações ultimavam preparativos para a ele se dirigirem em desfile. Como na rotunda do lago situada na avenida que vem da Medideira, junto à organização do Alentejo, onde centenas de pessoas, bandeiras desfraldadas, enfileiravam em coluna tendo à frente uma larga faixa onde se podia ler que o Alentejo é «região com futuro», mas para tal «avançar é preciso». Ou como na concentração junto à Cidade da Juventude, formada também por centenas de participantes, com palavras de ordem e panos traduzindo o que são hoje preocupações e anseios, seus e de largas camadas juvenis, dando por isso sentido à luta que é de todos e de todos os dias.
É o caso do combate à precariedade ou da necessidade de mais investimento na Escola Pública, questões que não passaram ao lado intervenção da jovem comunista Alma Rivera do Secretariado e Comissão Política da JCP, a primeira a intervir depois de Carina Castro do Comité Central do PCP, que fez as apresentações, ter dado início ao comício, começando por chamar para o palco as delegações estrangeiras, a que se seguiram os membros da direcção da Festa e da JCP, da Comissão Central de Controlo, dos organismos executivos do PCP (Comissão Política e Secretariado) e, por último, sob aplausos ainda mais vibrantes, do seu Secretário-geral, Jerónimo de Sousa, cuja intervenção publicamos na íntegra, tal como a da jovem dirigente da JCP e a de Manuel Rodrigues, da Comissão Política e director do Avante!.
Grande Partido
Intervenções que foram sempre atentamente seguidas por aquela massa humana numa interacção permanente, criteriosamente sublinhada ora por palavras de ordem ora por aplausos, numa manifestação clara de unidade, coesão e identificação plena com o Partido e a sua orientação, simultaneamente reveladora de elevada sensibilidade, consciência e maturidade políticas.
No final, entoados que foram por aquele gigantesco coro o «Avante camarada», a Internacional e a Portuguesa, às primeiras notas da «Carvalhesa», tudo se soltou ainda mais em incontida explosão de alegria e emoção, numa indescritível e contagiante dança colectiva.
O comício ficava por ali, mas o espírito vivido não só perduraria até ao final da noite de domingo como inspirará as muitas batalhas que temos pela frente, espelhando tudo o que a Festa é: um espaço único de liberdade, reencontro e convívio, fraterno e solidário, que se reinventa e enriquece a cada ano.