Grande Corrida engrandeceu a Festa do Desporto
Joana Fonseca (individual) e Nelson Cruz (Clube Pedro Pessoa) foram os mais rápidos a cobrir os 11 000 metros da Corrida da Festa, disputada na manhã de domingo. Aos lugares secundários do pódio subiram Mariam Martins (ind.) e Helena Miranda (Belenenses) e, em masculinos, João Mota (Clube Praças da Armada) e Luís Fernandes (Vitória de Setúbal). Colectivamente, os sadinos foram os mais fortes.
A vencedora, ainda ofegante e sem esconder a sua satisfação, disse gostar muito do «traçado da prova, e até as subidas são desafiantes». Quanto a Nélson Cruz, que ganha pela 7.ª vez, campeão nacional de corta-mato em 2015, ainda que amador, declarou «ter atacado desde os primeiros momentos, para evitar qualquer surpresa», e que esta é uma «corrida que não dispensa».
Nesta 32.ª edição da Corrida participaram cerca de 3000 atletas, divididos por 160 equipas, o que constitui um recorde. Ao mesmo tempo, isto é, às 9h30 de domingo, realizou-se a Caminhada, que reuniu quase dois mil e quinhentos marchantes, novos e velhos, namorados, adolescentes, crianças, casais empurrando carrinhos de bebé. Foi o «desporto para todos», que deveria ser sempre e em todo o lado um direito inalienável dos cidadãos.
Entretanto, houve muito mais desporto, como já demos conta na edição especial do Avante! de sábado à tarde.
Polidesportivo sempre cheio
Assim, nas meias-finais do Futsal de Seniores Masculino, realizadas na manhã de sábado, dois jogos de vivo ritmo tiveram resultados bem diferentes. A equipa da Santa Casa da Misericórdia dividiu de tal forma o jogo com o conjunto Pega Animal, que o primeiro finalista só se decidiu nas grandes penalidades, após um 3-3 no tempo regulamentar. A equipa da Santa Casa, imbatível nos penaltis, passou assim à final. A outra meia-final pôs frente a frente os colectivos dos trabalhadores das câmaras municipais do Seixal e de Almada, com estes a vencer por 3-7. Os finalistas, na tarde de sábado, proporcionaram ao público que encheu às bancadas uma partida muito disputada, não tendo o resultado de 9-0, pela sua desproporção, traduzido o excelente empenho de ambas as equipas. No fim, ganhou, por larga margem, o fair play.
É sempre surpreendente assistir, com a participação de centenas de atletas com ampla gama de idades, a demonstrações de modalidades como Tai-chi-chuan, Kick-boxing, Muay-Thai, Aikido, Taekwodo, Kempo e outras, na Gala de Artes Marciais. Foi uma excelente promoção destas disciplinas perante enorme assistência, complementada com exemplificações, explicações pedagógicas acerca das origens, práticas e modos de competição.
Logo de seguida, sucedeu-se uma curta, mas bem demonstrativa Apresentação de Yoga, também acompanhada de esclarecimentos sobre a disciplina, seus movimentos, ritmos e práticas. Trata-se de uma actividade que liga o bem-estar físico ao mental, e que cresce em popularidade cada vez mais no nosso país.
O Espectáculo de Dança de sábado à noite ofereceu-nos uma panóplia de ritmos, dos latinos aos africanos e muitos outros, aliando os diversos estilos musicais a essa actividade tão natural e antiga nas sociedades humanas. Muito público que, quer nas bancadas ou em pé, quer nos espaços circundantes ao polidesportivo, acompanhava e procurava assimilar os movimentos daquelas dezenas de bailarinos. A noite de sábado encerrou com uma Aula Aberta de Zumba, que transportou muito do público para o «palco», porque aquele polidesportivo também o é, pondo «a mexer» gente de todas as idades.
Entretanto, na tarde de domingo, disputaram-se as finais de Futsal nos escalões de traquinas (Cova da Piedade venceu Amora), petizes (Sporting v Amora) e Benjamins (Sporting v Corroios). As bancadas estiveram sempre cheias, o público não se cansou de aplaudir.
Também nessa tarde se apresentou o Clube de Dança do Pragal, dirigido pela professora Márcia Raquel, cujos dançarinos, de vários estilos e tendências, empolgaram o público. O ritmo metido na elegância arrancou aplausos a todo o momento. Os bailarinos convidaram o público para una aula de Zumba, assistindo-se então a momentos de divertimento e alegria.
Sucedeu-se um jogo de Hóquei entre crianças de 7-8 anos: uma representando o Grupo Desportivo Criar-T, outra a Associação Desportiva de Oeiras. O programa desportivo culminou com um Festival de Patinagem Artística, na qual participaram o Clube do Pessoal da Siderurgia Nacional, União Desportiva Banheirense, Grupo Desportivo Fabril, Clube Recreativo da Pontinha, Juventude Azeitonense e Academia de Patinagem de Setúbal. O desporto e a arte voltaram a casar para gerarem momentos que nos transportam para outros mundos.
Do xadrez aos jogos tradicionais
Mário Figueiredo ganhou o torneio de Xadrez e, na tarde de domingo, venceu a simultânea defrontando 15 tabuleiros. Empatou em dois e derrotou os outros. «Já perdi a conta das vezes que vim à Festa, seja para o torneio, seja para a simultânea», disse-nos o xadrezista. «Nota-se uma evolução na modalidade. Há mais xadrezistas federados, que jogam com frequência e ganham experiência. Há, sem dúvida, neste sentido, um grande trabalho das colectividades».
Os Jogos Tradicionais têm fervorosos adeptos. «Os jogos tradicionais são praticados em todo o mundo desde há séculos. Os seus nomes evocam, por si mesmo, as suas características e as suas regras. Respeitam a tradição, procurando ser fiéis à sua autenticidade e ritualidade». Por isso, a Festa não os esquece. Os torneios de Malha Pequena e Malha Grande são sempre seguidos com grande interesse. A União Desportiva e Cultural Banheirense ganhou na malha pequena, enquanto na malha grande se impôs a equipa do Jardia FC. Pela Parede da Escalada treparam centenas de pessoas de todas as idades e o pavilhão dos matraquilhos esteve sempre a «bombar». Houve uma competição para crianças e outra para seniores, esta ganha pela dupla Jorge Jesus e Bagacinho.
Por entre esta multiplicidade de realizações, não podemos esquecer a singela mas justíssima homenagem prestada aos elementos da Associação de Paraquedistas do Seixal e Almada. São eles, com a sua competência e dedicação, que garantem a segurança dos utilizadores do slide que cruza os ares do lago da Atalaia.