Facções adversárias na Líbia anunciam novo cessar-fogo no país
O chefe do Governo de Acordo Nacional (GAN) com sede em Trípoli, Fayez Sarraj, e o presidente do Parlamento de Tobruk, Aguila Saleh, anunciaram no dia 21 um cessar-fogo no território da Líbia.
Sarraj ordenou que todas as suas forças militares cessem fogo e as operações terrestres imediatamente, segundo um comunicado que sugere a criação de zonas desmilitarizadas nas zonas de Sirte e Al Jufra. «A implementação de um amplo cessar-fogo requer que as regiões de Sirte e Al Jufra sejam desmilitarizadas e que as forças de ambos os lados cheguem a acordos sobre segurança», precisa a nota.
Saleh, por sua parte, também em comunicado, declarou que o acordo de tréguas deve resultar na retirada de todas as forças estrangeiras da Líbia. «Este cessar-fogo fecha o caminho a qualquer intervenção militar e deve conduzir à expulsão de todos os mercenários e à dissolução de todas as milícias e restabelecer a soberania nacional na sua plenitude», destacou.
A representante especial interina para a Líbia do secretário-geral da ONU, Stephanie Williams, aplaudiu o acordo entre as duas facções. Manifestou a esperança de que o cessar-fogo seja assegurado rapidamente pela Comissão Militar Conjunta 5 + 5 e «com a retirada de todas as forças estrangeiras e os mercenários do território líbio». E instou a ambas as partes do conflito que garantam o rápido recomeço da produção e da exportação de petróleo.
Vários países saudaram o acordo de cessar-fogo.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Itália expressou a sua satisfação. A Alemanha também se manifestou e uma porta-voz do governo alemão, Maria Adebahr, disse que Berlim espera que «todos os actores envolvidos continuem a actuar com espírito construtivo neste processo». Em Moscovo, uma fonte diplomática russa apelou ao fim das hostilidades e ao começo do processo político. No Cairo, o gabinete do presidente Abdelfatah Sisi considerou as declarações sobre o cessar-fogo um passo importante para a resolução política do conflito na Líbia.