Rússia apresenta medidas para baixar tensão na Europa

DISTENSÃO A Rússia propõe não colocar mísseis de curto e médio alcance na parte europeia do país se a NATO adoptar medidas recíprocas, anunciou o Kremlin, visando reduzir as tensões na região.

Moscovo propõe passos recíprocos do Ocidente mas NATO recusa

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, divulgou uma declaração sobre o antigo Tratado sobre Mísseis de Alcance Médio e Curto (INF) e propôs medidas para reduzir as tensões na Europa após o fim do acordo, decidido unilateralmente pelos Estados Unidos.

«A Rússia continua a crer que o Tratado INF era um elemento importante da arquitectura para garantir a segurança internacional e a estabilidade estratégica. O tratado desempenhou um papel especial na manutenção da previsibilidade e da moderação na esfera dos mísseis no espaço europeu», afirma a declaração do Kremlin.

No contexto da retirada dos EUA do Tratado INF, Moscovo mostra-se disposto, por iniciativa sua, a não colocar mísseis de cruzeiro 9M729 na parte europeia da Rússia, mas só na condição de a NATO dar passos recíprocos.

Em finais de Setembro, Putin dirigiu um convite a países próximos da Rússia e a outros, da NATO, para que se abstivessem de instalar nos seus territórios mísseis proibidos pelo antigo Tratado INF.

A porta-voz da NATO, Oana Lungescu, confirmou que o secretário-geral do pacto belicista, Jens Stoltenberg, recebeu a carta das autoridades russas, mas desvalorizou a proposta porque a aliança considera que «não é uma oferta credível», já que «ignora a realidade no terreno: a Rússia já instalou o míssil SSC-8, em violação do Tratado INF».

Esses mísseis correspondem aos Novator 9M729 e os EUA estimam que têm um alcance mínimo de três mil quilómetros, enquanto a Rússia afirma que não ultrapassa os 480 quilómetros, tendo um alcance inferior ao seu antecessor, o 9M728.

O Tratado INF foi assinado em 1987 entre a URSS e os EUA com o objectivo de eliminar na Europa os mísseis balísticos e de cruzeiro com base em terra que tivessem um alcance entre 500 e 5500 quilómetros, tanto nucleares como convencionais.

Washington abandonou o tratado em Fevereiro e, face a isso, a Rússia fê-lo em Julho de 2020.




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