Um passo para a paz
Os presidentes da Coreia do Sul, Roh Moo-hyun, e da Coreia do Norte, Kim Jong-Il, iniciaram a 2 de Outubro uma cimeira de três dias, em Pyongyang, para discutir o futuro da península.
«Confiança entre as partes está ainda longe de estar consolidada»
De acordo com a agência oficial norte-coreana KCNA, o encontro «abre uma nova fase» no processo «pela paz, pela prosperidade e reunificação» da península.
O presidente sul-coreano, que atravessou a pé a linha amarela que marca há mais de 50 anos a fronteira entre as duas Coreias, retoma com esta iniciativa o processo de reconciliação dos dois países iniciado em 2000, que então juntou numa cimeira histórica o seu antecessor, Kim Dae-jung, e Kim Jong Il.
Na véspera de partir para a Coreia do Norte, numa mensagem difundida em Seul por ocasião do 59.º aniversário das Forças Armadas nacionais, Roh afirmou que «não se pode garantir a prosperidade conjunta nem avançar para a unificação sem garantir a paz».
Na mensagem, transmitida pela agência Yonhap e citada pela Prensa Latina, Roh manifestou o desejo de que a crise nuclear e as negociações a seis (as duas Coreias, EUA, Japão, Rússia e China) que têm vindo a decorrer em Pequim sobre a desnuclearização da península entrem numa nova fase.
A cimeira de Pyongyang foi antecedida por mais uma ronda negocial em Pequim, em que as partes apreciaram um projecto de acordo para o desmantelamento das instalações nucleares da RPDC apresentado no sábado pela China.
«Todas as partes discutiram este projecto de acordo e levaram-no para apreciação» dos respectivos países, declarou o negociador japonês Kenichiro Sasae, sem dar detalhes do conteúdo do documento.
Por seu turno, o negociador sul-coreano Chun Yung-woo, afirmou que as partes começaram a trabalhar no projecto, sublinhando que existe «acordo, bastante significativo, sobre a maneira de fornecer a lista [das instalações nucleares] e de as destruir», o que indica uma aproximação de «pontos de vista diferentes», embora sem se ter chegado ainda a «um acordo completo».
Promessas e espionagem
Um dos aspectos principais da nova série de reuniões foi a autorização dada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na sexta-feira (28), para a liberação de 25 milhões de dólares em ajuda energética, que deve financiar o envio de 50 mil toneladas de combustível pesado à Coreia do Norte. Esta será a primeira parcela das mais de 950 mil toneladas de petróleo que a RPDC deve receber em troca do abandono das actividades nucleares.
«Esta decisão é coerente com o princípio de “acção por acção” estabelecido durante as negociações a seis sobre o programa nuclear de Pyongyang e mostra nossos esforços para suspender as actividades nucleares da Coreia do Norte», declarou Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca.
Apesar dos discursos de boa vontade, a confiança entre as partes está ainda longe de estar consolidada, em boa medida devido às permanentes práticas contra o regime norte-coreano levadas a cabo por Seul e pelos EUA.
Segundo uma fonte militar citada esta segunda-feira pela agência de notícias KCNA, só em Setembro último foram registadas mais de 160 acções de espionagem aérea contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC). Do total de operações, incluindo violações do espaço aéreo, refere aquela fonte, 110 foram da responsabilidade de Washington.
O presidente sul-coreano, que atravessou a pé a linha amarela que marca há mais de 50 anos a fronteira entre as duas Coreias, retoma com esta iniciativa o processo de reconciliação dos dois países iniciado em 2000, que então juntou numa cimeira histórica o seu antecessor, Kim Dae-jung, e Kim Jong Il.
Na véspera de partir para a Coreia do Norte, numa mensagem difundida em Seul por ocasião do 59.º aniversário das Forças Armadas nacionais, Roh afirmou que «não se pode garantir a prosperidade conjunta nem avançar para a unificação sem garantir a paz».
Na mensagem, transmitida pela agência Yonhap e citada pela Prensa Latina, Roh manifestou o desejo de que a crise nuclear e as negociações a seis (as duas Coreias, EUA, Japão, Rússia e China) que têm vindo a decorrer em Pequim sobre a desnuclearização da península entrem numa nova fase.
A cimeira de Pyongyang foi antecedida por mais uma ronda negocial em Pequim, em que as partes apreciaram um projecto de acordo para o desmantelamento das instalações nucleares da RPDC apresentado no sábado pela China.
«Todas as partes discutiram este projecto de acordo e levaram-no para apreciação» dos respectivos países, declarou o negociador japonês Kenichiro Sasae, sem dar detalhes do conteúdo do documento.
Por seu turno, o negociador sul-coreano Chun Yung-woo, afirmou que as partes começaram a trabalhar no projecto, sublinhando que existe «acordo, bastante significativo, sobre a maneira de fornecer a lista [das instalações nucleares] e de as destruir», o que indica uma aproximação de «pontos de vista diferentes», embora sem se ter chegado ainda a «um acordo completo».
Promessas e espionagem
Um dos aspectos principais da nova série de reuniões foi a autorização dada pelo presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, na sexta-feira (28), para a liberação de 25 milhões de dólares em ajuda energética, que deve financiar o envio de 50 mil toneladas de combustível pesado à Coreia do Norte. Esta será a primeira parcela das mais de 950 mil toneladas de petróleo que a RPDC deve receber em troca do abandono das actividades nucleares.
«Esta decisão é coerente com o princípio de “acção por acção” estabelecido durante as negociações a seis sobre o programa nuclear de Pyongyang e mostra nossos esforços para suspender as actividades nucleares da Coreia do Norte», declarou Gordon Johndroe, porta-voz da Casa Branca.
Apesar dos discursos de boa vontade, a confiança entre as partes está ainda longe de estar consolidada, em boa medida devido às permanentes práticas contra o regime norte-coreano levadas a cabo por Seul e pelos EUA.
Segundo uma fonte militar citada esta segunda-feira pela agência de notícias KCNA, só em Setembro último foram registadas mais de 160 acções de espionagem aérea contra a República Popular Democrática da Coreia (RPDC). Do total de operações, incluindo violações do espaço aéreo, refere aquela fonte, 110 foram da responsabilidade de Washington.