Fraca intensidade
Um facto político abalou a sensível comunicação serviçal, atenta à menor aragem que possa fazer virar algum barco. Luís Filipe Menezes, contra as expectativas dos «analistas», ganhou as directas no PSD. O Jornal de Notícias, por exemplo, escreveu na parangona de domingo: «Menezes provoca terramoto político».
Depois de uma campanha interna com uma cobertura mediática a fazer crer que a Pátria estava em jogo, o resultado deu para euforias, receios e verdadeiros pânicos.
Notáveis e barões da social-democracia lusa falam de desastre. E diz-se que já não querem directas. Paula Teixeira da Cruz, em Lisboa, terá mostrado o receio de uma cisão. Pacheco Pereira assume o seu mau perder, tirando as palavras da boca a muitos dos seus correligionários. Marcelo indigna-se com a falta de apoio a Marques Mendes, ele que nunca o apoiou. Passa-se como cão sobre vinha vindimada pela «democracia» interna desse partido, em que há milhares de militantes com as cotas pagas por um punhado de milionários, como em branco se passa pelos escândalos de financiamento dos partidos da política de direita. Casos como o da Somague/PSD, Portucale e Espírito Santo/CDS ou Rio de Janeiro/PS não suscitam comentários políticos.
Até Mário Soares diz que isto foi uma desgraça... para o PSD. Como se o PSD fosse a sua preocupação. Quem viu melhor a coisa foi Vitalino Canas, do PS, ao assegurar que, com Menezes, é mais do mesmo. E talvez tenha razão. Porque, passada a contagem dos votos, a gritaria de Menezes moderou-se. E é de lembrar que o novo líder se pronunciou contra a descida dos impostos e alinha com o PS contra o referendo ao famigerado «tratado constitucional» europeu.
Mas isso são questões de fundo. Sem importância. Porque Menezes vai certamente reclamar, exigir, reivindicar mais empregos, mais saúde, mais escola, mais habitação, como se de esquerda fosse. O problema do PSD, como referiu Jerónimo de Sousa «é que o espaço da direita foi ocupado pelo PS, o que lhe retira margem de manobra». O PSD vai ter de amargar muito, antes que «a direita económica, a direita dos interesses monopolistas e financeiros», «bem servida com o Governo de Sócrates», se decida a apoiar o seu espelho político.
Foi um terramoto de fraca intensidade.
Depois de uma campanha interna com uma cobertura mediática a fazer crer que a Pátria estava em jogo, o resultado deu para euforias, receios e verdadeiros pânicos.
Notáveis e barões da social-democracia lusa falam de desastre. E diz-se que já não querem directas. Paula Teixeira da Cruz, em Lisboa, terá mostrado o receio de uma cisão. Pacheco Pereira assume o seu mau perder, tirando as palavras da boca a muitos dos seus correligionários. Marcelo indigna-se com a falta de apoio a Marques Mendes, ele que nunca o apoiou. Passa-se como cão sobre vinha vindimada pela «democracia» interna desse partido, em que há milhares de militantes com as cotas pagas por um punhado de milionários, como em branco se passa pelos escândalos de financiamento dos partidos da política de direita. Casos como o da Somague/PSD, Portucale e Espírito Santo/CDS ou Rio de Janeiro/PS não suscitam comentários políticos.
Até Mário Soares diz que isto foi uma desgraça... para o PSD. Como se o PSD fosse a sua preocupação. Quem viu melhor a coisa foi Vitalino Canas, do PS, ao assegurar que, com Menezes, é mais do mesmo. E talvez tenha razão. Porque, passada a contagem dos votos, a gritaria de Menezes moderou-se. E é de lembrar que o novo líder se pronunciou contra a descida dos impostos e alinha com o PS contra o referendo ao famigerado «tratado constitucional» europeu.
Mas isso são questões de fundo. Sem importância. Porque Menezes vai certamente reclamar, exigir, reivindicar mais empregos, mais saúde, mais escola, mais habitação, como se de esquerda fosse. O problema do PSD, como referiu Jerónimo de Sousa «é que o espaço da direita foi ocupado pelo PS, o que lhe retira margem de manobra». O PSD vai ter de amargar muito, antes que «a direita económica, a direita dos interesses monopolistas e financeiros», «bem servida com o Governo de Sócrates», se decida a apoiar o seu espelho político.
Foi um terramoto de fraca intensidade.