Manobras
O PS, saído de um resultado eleitoral que lhe reduziu drasticamente o campo de manobra e, sobretudo, a possibilidade do exercício discricionário do poder, movimenta a central de comunicação a todo o gás.
Conduziu, com a conivência da direita, uma campanha eleitoral para a Assembleia da República em torno de questões acessórias e de falsas alternativas. Procura agora que a questão do futuro Governo se centre em que ministros ficam ou saem, mas não em que programa vai apresentar.
Há cinco anos (Público, 18.12.2004) Augusto Santos Silva constatava que «como em política económica, orçamental, europeia, de defesa e de segurança (pelo menos) um oceano separa o PS do PCP e do BE, o cenário de uma vitória de Sócrates por maioria relativa significaria no máximo um acordo minimalista, arrancado a ferros e precário», ao mesmo tempo que considerava «inimaginável qualquer convergência pós-eleitoral entre PS e PSD ou PP».
A vida mostrou que, se com a maioria absoluta que então obteve se tornou desnecessária a tal inimaginável convergência pós-eleitoral, em compensação nada separou a governação PS do PSD e PP em matéria de política económica, orçamental, europeia, de defesa e de segurança, e em várias áreas, como na Educação, no desmantelamento de serviços públicos e na legislação laboral, conseguiu ir ainda mais longe.
A composição actual da Assembleia da República admite novas possibilidades. Mas não admite fantasias, e muito menos admite manobras que visem responsabilizar o PCP pelo prosseguimento da política de direita pela mão de um governo PS.
Logo a seguir às eleições foi lançado um «Apelo à estabilidade governativa», subscrito por personalidades certamente respeitáveis e bem intencionadas, e por outras que não o serão tanto.
Independentemente da boa vontade que exprima, trabalha sobre várias mistificações. A pior é a que distribui pelo PS e pelas diferentes forças políticas à esquerda igual responsabilidade pelo prosseguimento, há mais de 30 anos, de «soluções de governo» de direita.
Não é por não terem existido ao longo destes anos, em diversos momentos, condições institucionais para o PS conseguir um entendimento maioritário à esquerda que este não se concretizou. Foi porque o PS nunca o desejou.
E nada indica que altere a sua posição agora.
Conduziu, com a conivência da direita, uma campanha eleitoral para a Assembleia da República em torno de questões acessórias e de falsas alternativas. Procura agora que a questão do futuro Governo se centre em que ministros ficam ou saem, mas não em que programa vai apresentar.
Há cinco anos (Público, 18.12.2004) Augusto Santos Silva constatava que «como em política económica, orçamental, europeia, de defesa e de segurança (pelo menos) um oceano separa o PS do PCP e do BE, o cenário de uma vitória de Sócrates por maioria relativa significaria no máximo um acordo minimalista, arrancado a ferros e precário», ao mesmo tempo que considerava «inimaginável qualquer convergência pós-eleitoral entre PS e PSD ou PP».
A vida mostrou que, se com a maioria absoluta que então obteve se tornou desnecessária a tal inimaginável convergência pós-eleitoral, em compensação nada separou a governação PS do PSD e PP em matéria de política económica, orçamental, europeia, de defesa e de segurança, e em várias áreas, como na Educação, no desmantelamento de serviços públicos e na legislação laboral, conseguiu ir ainda mais longe.
A composição actual da Assembleia da República admite novas possibilidades. Mas não admite fantasias, e muito menos admite manobras que visem responsabilizar o PCP pelo prosseguimento da política de direita pela mão de um governo PS.
Logo a seguir às eleições foi lançado um «Apelo à estabilidade governativa», subscrito por personalidades certamente respeitáveis e bem intencionadas, e por outras que não o serão tanto.
Independentemente da boa vontade que exprima, trabalha sobre várias mistificações. A pior é a que distribui pelo PS e pelas diferentes forças políticas à esquerda igual responsabilidade pelo prosseguimento, há mais de 30 anos, de «soluções de governo» de direita.
Não é por não terem existido ao longo destes anos, em diversos momentos, condições institucionais para o PS conseguir um entendimento maioritário à esquerda que este não se concretizou. Foi porque o PS nunca o desejou.
E nada indica que altere a sua posição agora.