Oposição falta ao diálogo
Os grupos que se opõem ao regime sírio liderado por Bashar Al-Assad não compareceram ao fórum de diálogo nacional promovido pelo governo e ao qual compareceram cerca de 200 pessoas, entre membros do Partido Baas e personalidades independentes.
O objectivo do diálogo é promover «a transição da Síria para um sistema multipartidário, democrático, onde todos sejam iguais e participem na construção do futuro», disse o vice-presidente Faruq Al-Shareh, mas a oposição argumenta que só aceita sentar-se à mesa das negociações quando o exército retirar das cidades, quando foram permitidos os protestos alegadamente pacíficos e sejam libertados os supostos presos políticos encarcerados durante as acções de contestação.
A reunião inter-síria iniciou-se quando se avoluma a tensão entre as autoridades sírias e os EUA e a França. O executivo convocou os representantes diplomáticos de Washington e Paris para condenar as visitas efectuadas por Robert Ford e Eric Chevallier à cidade de Hama sem qualquer consulta prévia ao governo de Damasco.
«As visitas provam que existem apoios e estímulos exteriores na desestabilização do país», constituem «ingerências flagrantes nos assustos internos da Síria» e «quebras nos protocolos estabelecidos pela Convenção de Viena», sustenta o governo da Bashar Al-Assad, que acusa ainda Ford de se ter encontrado com «sabotadores».
Reagindo às movimentações gaulesas e norte-americanas, algumas centenas de sírios tentaram atacar as missões diplomáticas dos EUA e França. Os incidentes foram prontamente aproveitados por Hillary Clinton para falar em nome «da vontade democrática do povo sírio», sublinhando que «o presidente Assad não é indispensável».