A vida cada vez mais difícil
A maioria PSD/CDS-PP aprovou fez ontem uma semana, na generalidade, o diploma que elimina a taxa reduzida de IVA sobre electricidade e gás natural, passando-a para a taxa normal de 23 por cento, o que significa um aumento de 17 por cento na factura já a partir do dia 1 de Outubro.
Para o Governo, segundo o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, não restava outra alternativa face à crise e à «obrigação do Estado» de cumprir a meta de 5,9 de défice este ano.
Explicação que não colheu junto da bancada comunista, para quem esta é mais uma medida «profundamente injusta e discriminatória, gravemente atentatória do poder de compra e da qualidade de vida de quem trabalha».
Foi o que disse, com todas as letras, o deputado Honório Novo, que pôs o dedo na ferida ao lembrar que o aumento de impostos indirectos penaliza sobretudo «os trabalhadores e as famílias dos que menos têm e dos que menos podem».
Depois de acusar o Governo de Passos Coelho de não ter outra coisa para anunciar aos portugueses que não sejam «mais impostos, menos despesas sociais, mais cortes nas pensões, reformas e salários» - em tudo semelhante ao Governo do PS e às suas medidas fiscais e sociais -, Honório Novo não deixou de observar que os portugueses começam agora a «perceber melhor os pormenores do memorando com que o PSD, o PS e o CDS aceitaram transformar Portugal num protectorado dos grandes grupos económicos», ao mesmo tempo que estão a «'sofrer na carne', com ainda mais intensidade», as consequências das medidas neles contidas e que estão a dar cabo das suas vida.