O regresso do ritual

De quatro em quatro anos há um ritual na imprensa nacional. Na semana em que o Avante! publica as Teses – Projecto de Resolução Política ao Congresso do Partido, lá vem a torrente mediática de ataque, não tanto aos seus conteúdos, mas ao Partido.

É uma daquelas regras que não dão lugar a excepção, como a imprensa dominante confirmou na última semana. Um tratamento exclusivo ao PCP que, diga-se em abono da verdade, não era possível com qualquer outro partido português – mas já lá vamos.

O jornal i lançou a lebre e muitos foram atrás alegremente. O diário conseguiu ler o que do documento não consta: o Comité Central propõe a eleição de um secretário-geral adjunto. Curiosamente, a Resolução Política do XIX Congresso já apontava para a necessidade de «alargar a capacidade de direcção», mas em 2012 o mesmo jornal i não leu daí qualquer alteração na estrutura de direcção do Partido.

Com bondade, podemos olhar para estas leituras como um profundo desconhecimento da acção e funcionamento do Partido, e, particularmente, do seu trabalho de direcção. Mas a bonomia não esconde que o i, e todos os que seguiram a lebre, foram buscar uma passagem que justificasse o texto que já tinham escrito.

De seguida, foi o Expresso a ir buscar o número de militantes e a situação financeira para clamar: «um Partido em crise, um Partido em quebra».

Ignora o Expresso as linha que se seguem: «uma redução indissociável do esclarecimento de situações no âmbito da acção de contacto com os membros do Partido». Ignora, ainda, o recrutamento de 5300 militantes nos últimos quatro anos.

Sobre a situação financeira, destaca a percentagem de militantes que estão a pagar quotas, 43 por cento. Mas o que o Expresso não quis fazer foi consultar as contas dos partidos, entregues no Tribunal Constitucional, e que mostram que o PCP tem uma capacidade de recolha de quotizações e outras contribuições dos seus militantes que supera em mais do dobro do que qualquer outro. Mas mais, que qualquer outro partido com representação parlamentar depende em mais de metade, quando não em mais de 90 por cento, das subvenções públicas para se manter em funcionamento, fonte de financiamento que, no PCP, representa cerca de 10 por cento do total de receitas.

Mas vamos ao porquê de estes artigos só serem possíveis em relação ao PCP. Nenhum outro partido apresenta um documento em que analisa a situação política, económica, social e cultural, os desenvolvimentos das lutas pela transformação da sociedade no País e no Mundo, a actividade do próprio Partido.

Só um partido com as características do PCP – único na sociedade portuguesa – se pode orgulhar desta conduta coerente. É por isto, por não abdicarmos dos nossos compromissos com os trabalhadores e o povo português, que tudo serve para atacar o PCP, as suas propostas e o seu projecto.

Os media dominantes e os seus mandantes não suportam a existência de um Partido que contribuiu decisivamente para o derrube do fascismo e para as conquistas de Abril, resistiu à contra-revolução, contribui hoje para a recuperação de direitos e rendimento roubados, e se consegue apresenta com paredes de vidro.




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