As lutas no Vale do Sado em novo livro de Américo Leal

MEMÓRIA No dia 12, sábado, a sala da Biblioteca Municipal de Alcácer do Sal encheu-se para a sessão de lançamento do mais recente livro de Américo Lázaro Leal O Vale do Sado no Mundo de Dois Opostos.

O livro de Américo Leal tem a chancela das Edições Avante!

Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal, referiu o grande prazer que era realizar naquele espaço a primeira apresentação pública do livro, por razões políticas e também por razões pessoais, pois o camarada Américo Leal, ao longo dos anos, pela firmeza das suas convicções, pela justeza das suas posições, pela sua generosidade, marcou também a vida de todos aqueles que com ele se cruzaram.

Este livro, partindo do contexto geográfico particular de Alcácer do Sal e do Vale do Sado, faz um breve relato de milhares de anos de povos que ali viveram e trabalharam e da forma como, ao longo de todo esse tempo, o traço mais comum é o da exploração, o da divisão da sociedade em classes com interesses contrários: como nos indica o título, um mundo de dois opostos.

No caso concreto de Alcácer do Sal, a história da grande propriedade fundiária, do latifúndio, onde as quatro maiores herdades representam quase um terço da área total do concelho; onde a grande propriedade corresponde, simultaneamente, às fortunas dos seus proprietários e aos salários miseráveis dos trabalhadores agrícolas; onde esses grandes proprietários são, além de absentistas, geralmente desinteressados do desenvolvimento tecnológico, pois o seu interesse não é a satisfação de necessidades mas a acumulação do lucro.

Contudo, o livro não se fica por aí, retratando também a história de luta dos trabalhadores e do povo, e o papel dos comunistas, pelas 8 horas de trabalho nos campos, pela Reforma Agrária e pela construção de um Portugal novo. Sobre a Reforma Agrária, aliás, o livro relembra-nos das profundas transformações e conquistas que foram possíveis, a manifesta solidariedade de trabalhadores e democratas de todo o País, bem como de outros países, e, ao mesmo tempo, a intensa oposição que o processo enfrentou por parte da reacção nacional e internacional.

Américo Leal conheceu e participou activamente em muitas destas lutas, mantendo em todas uma inabalável confiança no futuro, na possibilidade de viver numa sociedade mais justa. A sua intervenção no sábado foi mais uma confirmação dessa confiança, a uma semana dos seus 97 anos.




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