Caravela e Casquinha vivem nas lutas de hoje

A Comissão Concelhia de Montemor-o-Novo do PCP assinalou, domingo, os 41 anos do assassinato dos operários agrícolas José Geraldo (Caravela), militante do PCP, e António Maria Casquinha, militante da JCP. Trabalhadores da UCP Salvador Joaquim do Pomar, em Santiago do Escoural, Caravela e Casquinha foram assassinados a tiro a 27 de Setembro de 1979 quando participavam numa acção de solidariedade na UCP Bento Gonçalves, em Montemor-o-Novo, procurando impedir que os agrários, apoiados pelo Governo e pela GNR, roubassem uma manada de bovinos.

Antes de uma derradeira homenagem no cemitério onde jazem os dois comunistas, João Dias Coelho, da Comissão Política do Comité Central, lembrou que ambos «tombaram em defesa da Reforma Agrária – a mais bela conquista da Revolução Portuguesa», a qual, «depois de muitos anos de luta e sacrifício, passou, pelas mãos dos trabalhadores agrícolas dos campos do sul, do sonho à realidade, pondo fim ao latifúndio e colocando a terra a cumprir a sua função social, elevando o nível, qualidade e condições de vida dos trabalhadores e das populações do nosso Alentejo».

«Feita contra a vontade do poder político, do grande capital, dos latifundiários, do PS, PSD e CDS», a Reforma Agrária acabou destruída por estes, que, assim, iniciaram um novo processo «de concentração fundiária nas mãos de uns poucos e que à boa maneira do modo de produção capitalista explora a terra até à exaustão, com culturas intensivas e superintensivas com nefastos impactos presentes e futuros – para a terra, água e a saúde das populações», sublinhou depois o dirigente comunista, que, lembrando os tempos de redobrada ofensiva anti-laboral e anti-popular que vivemos e a urgência da luta pela construção da alternativa política, salientou ainda que «a firmeza e determinação em defesa da Reforma Agrária, dos direitos dos trabalhadores, do emprego com direitos, do aumento da produção nacional e da redução défice alimentar» demonstrada pelos camaradas Caravela e Casquinha, constitui um extraordinário exemplo de coragem que saudamos e exaltamos, e que deve animar-nos para dar força à luta dos trabalhadores e do povo por melhores condições de vida e de trabalho, em defesa da soberania e independência nacionais, em defesa e pelo cumprimento da Constituição da República».

 



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