Professores vão lutar

Nos encontros distritais promovidos pelo Sindicato dos Professores da Região Centro, no dia 27, cerca de três mil educadores manifestaram, no dia 27, total disponibilidade para lutar, com a Fenprof e os seus sindicatos, e manifestaram «grande preocupação e muita indignação», perante as medidas anunciadas pelo Governo.
Nos encontros, que decorreram em Coimbra, Viseu, Leiria, Aveiro, Guarda, Covilhã, Figueira da Foz e Lamego, foi aprovada, sempre por unanimidade, uma moção dirigida ao Presidente da República e à Assembleia da República, onde são repudiadas decisões que o Governo divulgou na semana passada, por penalizarem sempre os mesmos e que «não resolverão a crise, como nunca a resolveram no passado».
O documento chama a atenção para o facto de Sócrates ter prescindido da subvenção vitalícia de primeiro-ministro – à qual não tinha direito por exercer o cargo há três meses – mas não o fez quanto à subvenção vitalícia de deputado, que só os futuros parlamentares deixarão de ter.

Milhões por tributar

Os professores rejeitam mais sacrifícios, após um ano em que os lucros das empresas cotadas na Bolsa tiveram um aumento de 47 por cento.
Só a Sonae, de Belmiro de Azevedo, registou já no primeiro trimestre deste ano, lucros de 134 milhões de euros, oito vezes mais do que em igual período do ano anterior. O BES teve lucros de 80,3 milhões, e a GALP, 160 milhões, respectivamente, denuncia o sindicato.
A mesma moção salienta a existência de três milhões de processos nos tribunais, por fraude e evasão fiscais, que ascendem a mais de 15 mil milhões de euros. Anualmente, a fraude e a evasão atingem os 11,4 mil milhões.
Os docentes consideram incompreensível que não sejam tributadas as mais-valias bolsistas e afirmam que é possível combater o défice através do aumento de receitas.
A moção exige que o Governo cumpra com os compromissos assumidos na campanha eleitoral, particularmente a revogação das normas mais gravosas do Código do Trabalho. Entre várias reivindicações respeitantes à classe, destaca-se a necessidade da valorização salarial dos trabalhadores da Administração Pública.

Educação especial

A colocação de educadores de infância na educação especial para o ano 2005/2006 efectuou-se, sem terem sido auscultadas as organizações sindicais, denunciou a Fenprof.
A federação salienta que o número de colocados é insuficiente, o que vai traduzir-se na diminuição da qualidade dos serviços. Considera ainda que a confusão e opacidade da publicitação dos lugares trouxe consequências muito negativas para os alunos, devido a uma excessiva burocratização do sistema educativo, e afirma estar em causa a discriminação dos alunos com necessidades educativas especiais.


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