Protestos continuam na Grécia
Milhares de trabalhadores manifestaram-se, dia 7, em dezenas de cidades da Grécia contra os cortes salariais impostos aos 750 mil funcionários públicos do país, medida que o governo «socialista» de Papandreu se propõe manter no próximo orçamento do Estado.
Num dia em que toda a Administração Pública cumpriu uma greve de quatro horas, convocada pela maior central do sector (ADEDY), o maior desfile de protesto foi promovido pela PAME (Frente Militante de Trabalhadores), em Atenas, segundo noticiou a AFP.
«Basta de jogos, o capitalismo não pode tornar-se humano» e «Educação, saúde e trabalho para todos, a plutocracia tem de pagar pela crise», foram as principais palavras de ordem da manifestação da PAME.
Em contraste com os cortes nas remunerações e prestações dos funcionários públicos, (que, segundo os sindicatos representam uma redução média de 25 por cento, muito acima dos 15 por cento anunciados pelo governo), o próximo orçamento prevê uma diminuição dos impostos às grandes empresas de 24 para 20 por cento, bem como um pacote de «incentivos» ao investimentos estrangeiro, designadamente de capital chinês e árabe.
Em nome da PAME, Lamprini Christogianni, salientou que não basta «falar sobre os efeitos destas políticas sem ir além da descrição da situação (…) o importante é compreendermos que podemos encontrar uma saída deste pesadelo anti-trabalhadores (…) Para confrontarmos este assalto generalizado e massivo do capital temos de rejeitar não apenas as medidas mas a produção capitalista em si, que engendra estas crises».