Dependência económica
Cerca de 46 por cento dos jovens adultos na UE, com idades entre os 18 e os 34 anos, continuam a viver em casa dos pais, apesar de mais de metade ter um emprego a tempo inteiro ou parcial.
Baixos salários e precariedade prendem jovens às famílias
Como resulta do Eurostat relativo a 2008, as razões da permanência dos jovens junto dos seus pais são de carácter económico, observando-se comportamentos diferenciados nos países nórdicos, onde os jovens tendem a sair mais cedo do núcleo familiar, e nos países do sul da Europa ou nos novos estados membros da Europa central, onde a tendência é inversa.
As proporções variam entre os cerca de 15 a 20 por cento de jovens adultos que vivem com as famílias na Dinamarca, Suécia e Finlândia e os 60 por cento ou mais na Bulgária, Malta, Eslovénia e Eslováquia. Portugal surge logo a seguir com uma percentagem de jovens entre os 18 e os 34 anos que vivem com os país a rondar os 59 por cento.
Já o Eurobarómetro de 2001 assinalava que as dificuldades materiais constituem o maior obstáculo para os jovens iniciarem a sua vida independente. Tais dificuldades resultam dos preços proibitivos da habitação, dos baixos salários e da precariedade que atingem em particular os jovens.
De facto, se nas camadas mais jovens, entre os 18 e os 24 anos, os estudos prolongados
constituem a principal razão para continuar no seio familiar, já no segmento entre os 25 e os 34 anos, este motivo apenas é evocado por 13,4 por cento dos jovens.
Uma questão
de sobrevivência
Na realidade, ficar com os pais é mais uma necessidade económica do que uma opção de vida, uma vez que, conforme mostram os números do Eurostat, aqueles que o fazem têm um risco de pobreza inferior aos que experimentam a independência.
Na UE-27, o risco de pobreza dos 18 aos 34 anos eleva-se a 15,7 por cento, decaindo para 13,2 por cento naqueles que continuam junto das respectivas famílias.
E é também o gabinete de estatísticas europeu que constata que «o acesso ao emprego em condições de estabilidade é a chave para iniciar uma vida independente». No entanto, não é qualquer emprego que garante independência económica.
Na UE-27, mais de metade dos jovens que vivem como os país (51,1%) trabalham a tempo inteiro ou parcial e apenas 9,5 por cento estavam desempregados. Todavia, 35,8 por cento dos jovem com emprego tinham contratos a prazo. Em Portugal esta percentagem ultrapassa os 50 por cento.