Cenário de desastre nacional
É a confirmação do «cenário de catástrofe económica e social», considera o PCP numa reacção ao conteúdo do Boletim de Verão do Banco de Portugal divulgado anteontem.
Está em curso a destruição do aparelho produtivo
Uma realidade que na opinião do deputado comunista Agostinho Lopes vem na linha do que foi anunciado pela troika e que «está em concretização pela mão do PSD e CDS, agora no Governo, e também pelo PS, que o subscreveu».
O Boletim de Verão do Banco de Portugal prevê uma aceleração da inflação até aos 3,4 por cento este ano e um abrandamento para os 2,2 por cento em 2012, bem como uma quebra no Produto Interno Bruto de 2 por cento este ano e de 1,8 por cento no próximo.
Dados profundamente negativos mas que podem ainda ser agravados, segundo o deputado do PCP, face à conjuntura internacional e às notícias sobre o «ataque às dívidas soberanas de Itália e Espanha».
Vista com particular preocupação pelo parlamentar comunista é o que considera ser o «brutal» agravamento do desemprego, «com cerca de menos 100 mil postos de trabalho nos próximos dois anos», e «a falência de milhares de micro e pequenas empresas que vivem do mercado interno», em resultado dos cortes no consumo privado e do aumento da taxa de inflação.
Agostinho Lopes não hesita por isso em concluir que estamos perante a «destruição do aparelho produtivo e do tecido económico nacional».
Sobre as consequências dos indicadores veiculados pelo Banco de Portugal falou ainda o deputado do PCP, em declarações ao Avante!, advertindo que significam o agravamento das contas públicas pela redução das receitas fiscais (devido à redução do consumo), e o aumento das despesas da Segurança Social face ao disparar brutal do desemprego.