Comício em Lisboa, por uma «política patriótica e de esquerda»

O nosso lugar será sempre deste lado

Mais de um milhar de pessoas participou, sexta-feira, em Lisboa, num comício, que tinha como lema «Com o PCP uma política patriótica e de esquerda», e se exige «emprego, produção e justiça social». Mais uma grande jornada de luta, de gente determinada, que continua a acreditar no Partido que está a comemorar 90 anos de vida, «que nasceu, vive e projecta o seu futuro sempre a pensar servir os trabalhadores e o nosso povo». «O nosso lugar será sempre deste lado, do lado da trincheira dos que não abdicam de construir uma sociedade alternativa liberta da exploração», afirmou Jerónimo de Sousa.

«Mais fortes para continuar a lutar»

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O Cinema São Jorge há muito que não recebia uma iniciativa como esta força, onde o principal é um todo, que cobriu de «confiança» e «resistência» aquela importante sala de espectáculos de Lisboa. À entrada, onde imagens passavam em monitores, lia-se nas vitrines «Mais fortes para continuar a lutar», com outras a dar conta, por exemplo, da realização da Festa do Avante, nos dias 2, 3 e 4 de Setembro.

Com o tempo a passar, dezenas de pessoas, ao ritmo de segundos, subiam a escadaria de acesso à sala principal e encontravam, num convívio fraterno, uma banca com livros, onde se destacavam títulos como «Esteiros» e «Engrenagem», de Soeiro Pereira Gomes. De dentro para fora, os ritmos de Zé Pinho e Artur Alves chamavam e preenchiam os poucos lugares que ainda restavam.

Depois das intervenções de André Faria e de Manuel Gouveia, foi a vez de Jerónimo de Sousa – acompanhado pelos membros da Organização Regional da JCP, da Organização Regional de Lisboa do PCP e de Armindo Miranda, Francisco Lopes e Paulo Raimundo, dos Organismos Executivos – fazer saltar as palavras de ordem, que acabavam sempre com «a luta continua».

No dia em que a Moody’s colocava Portugal no «patamar lixo», o Secretário-geral do PCP lembrou que o Governo do PSD/CDS «tinha decidido pôr fim às golden shares», isto é, «aos direitos específicos do Estado em empresas estretégicas com a PT, a GALP e a EDP».

«Orientações e atitude servil que não são apenas as do PSD e CDS, mas que foram e são as do PS, apesar do actual esforço para pôr outra vez a zero o conta-quilómetros da sua responsabilidade e das manobras de distanciamento em relação ao próprio acordo com a troika estrangeira, que promoveram e de que foram os primeiros subscritores. O que já está em curso e muito antes do que poderíamos calcular é o rebobinar do filme grego, agora tendo como protagonista o nosso País», criticou, condenando o caminho «de rendição à insaciável gula dos grandes interesses financeiros nacionais e estrangeiros» e «da capitalação à vontade dos mercados e às orientações do neoliberalismo dominante que aprisionou o poder político e usurpou a legitimidade dos povos decidirem da sua vida colectiva».

 

Recessão, declínio e desastre

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Uma situação de «pressão sistemática e permanente dos grandes centros do capital financeiro e especulativo» bem reveladora da justeza das análises do PCP e da importância das suas propostas para a saída da crise, «para pôr o País a funcionar, relançar a economia e desenvolver o País, defendendo as conquistas sociais e condições de vida dignas para o povo» e não utilizando os «programas de austeridade», a «redução drástica dos rendimentos do trabalho» e a «anulação dos direitos laborais e sociais conquistados pelos trabalhadores e os povos no último século e aumentar a exploração».

«É essa cega obsessão de classe de reduzir a pó os direitos dos trabalhadores e do povo que atravessa todo o programa do novo Governo. Programa que confirma a sua sujeição ao pacto da ingerência externa assinado pelo PS, PSD e CDS com a União Europeia e o FMI», lembrou Jerónimo de Sousa, referindo que o mesmo «conduzirá ao agravamento brutal da vida dos trabalhadores e das outras camadas populares» como «condenará o País à recessão, ao declínio e ao desastre». Um programa, acrescentou, «que, sendo novo, se apresenta com a velha política que até hoje foi incapaz de resolver os problemas do País».

Aos que ainda estão resignados com as decisões do Governo e que dizem, com razão, «fomos enganados», havendo ainda muitos mais que o vão dizer, o Secretário-geral do PCP afiançou-lhes que «não estão condenados a assistir de braços cruzados ao inferno e à destruição das suas vidas», e que podem «resistir» a cada uma das medidas do Governo, uma «verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores e ao povo».

«Um programa que promove a exploração do trabalho, corta nos salários, nas pensões, nos apoios sociais e no próprio sistema de segurança social. Projecta o ataque aos direitos, facilita os despedimentos, desregula os horários de trabalho, generaliza a precariedade, criando novas e mais dificuldades às novas gerações», enumerou, advertindo ainda, entre muitas outras críticas, para o «aumento brutal dos impostos sobre a habitação, do consumo e do custo de vida, com o aumento dos preços da energia, dos transportes e dos bens de primeira necessidade».



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