CGTP-IN mobiliza para 18 de Outubro

Aniversário em luta

A CGTP-IN celebrou segunda-feira o 37.º aniversário da sua fundação, com a atenção e os esforços concentrados na mobilização da estrutura sindical e de milhares de trabalhadores para a «festa» maior, marcada para dia 18.
A manifestação nacional, «Por uma Europa Social, Emprego com Direitos», convocada pela central para o dia da Cimeira de chefes de Estado e de Governo dos 27 países da UE, tem merecido um esforço de esclarecimento, mobilização e organização que envolve sindicatos, federações sectoriais, uniões distritais e órgãos e dirigentes nacionais da confederação. O protesto, que deverá mobilizar muitos milhares de trabalhadores e visará, muito particularmente, a «flexigurança», que a Comissão Europeia e a presidência portuguesa (e o Governo, através da revisão do Código do Trabalho) pretendem institucionalizar nas relações laborais, está marcado para as 14.30 horas, no Parque das Nações.

Razões fortes

Os objectivos desta manifestação nacional foram abordados pelo secretário-geral da CGTP-IN, segunda-feira, num encontro com jornalistas, em Lisboa, no qual participaram vários outros dirigentes da central e alguns veteranos que tiveram um papel destacado nos órgãos da Intersindical. Depois de evocar as marcas que a acção da central deixou na vida dos trabalhadores e da sociedade portuguesa, desde a sua criação, em 1970, Manuel Carvalho da Silva criticou o «marasmo da situação económica, desde 1999» e a instituição da crise, que «não é para todos», já que «uns quantos dizem quanto querem enriquecer e impõem aos outros, aos trabalhadores, os sacrifícios necessários para alcançarem esse objectivo».
«O que nos leva à acção no imediato» e, em concreto, à manifestação de 18 de Outubro, assenta na afirmação de que «não nos sujeitamos a este marasmo e a este constante pedir de sacrifícios», «não aceitamos que a resolução dos problemas estruturais seja feita à custa do social e mais nada, reduzindo condições de vida aos trabalhadores e às famílias portuguesas», «não aceitamos que se continue a desenvolver políticas na perspectiva de que isto vai continuar assim, nem aquilo que resulta disto, em termos de desigualdades, de injustiças, de ruptura de coesões e de solidariedades».
Com a manifestação, a CGTP-IN procura «pôr em causa o marasmo» e «afirmar reivindicações dos trabalhadores, que são necessárias neste contexto, desde logo, a actualização do salário mínimo» para 426,50 euros (valor enfatizado como «o mínimo dos mínimos, que pode criar também credibilidade ao compromisso de atingir os 500 euros em 2011»). O dirigente sindical referiu ainda «as reivindicações que têm a ver com o emprego (a qualidade do emprego, o desemprego, o combate às precariedades)» e salientou que «estes são temas actuais na Europa de hoje».
No dia 18, sob a palavra de ordem «Por uma Europa social, Emprego com direitos», milhares de trabalhadores irão ainda «afirmar que é preciso um referendo ao novo Tratado, como fazem os trabalhadores e os povos pela Europa fora» e rejeitar «a lógica de harmonização no retrocesso», que domina as políticas da UE.
A preparação da manifestação, no quadro da situação social e dos problemas e lutas dos trabalhadores, foi o ponto principal dos plenários distritais de sindicatos, que se realizaram, no dia do aniversário da CGTP-IN, em Angra do Heroísmo, em Braga, em Portalegre (encontro regional, englobando ainda os distritos de Beja e Évora), na Guarda, em Setúbal e em Viana do Castelo.
No dia 1, entre outras iniciativas, ocorreram ainda um jantar-convívio, que reuniu na Casa do Alentejo algumas centenas de dirigentes e activistas sindicais do distrito de Lisboa; uma sessão evocativa e um debate em Castelo Branco. No Porto, dia 29 de Setembro, o aniversário foi festejado com uma sessão cultural, na Casa Sindical.

Congresso em Fevereiro

O 11.º Congresso da CGTP-IN vai ter lugar a 15 e 16 de Fevereiro, sob o lema «Emprego, Justa distribuição da riqueza, Mais força aos sindicatos». No encontro com os jornalistas, Carvalho da Silva adiantou que, no desenvolvimento dos conteúdos programáticos e na discussão preparatória, vai ser afirmada a necessidade de dar mais força aos sindicatos, em torno de objectivos expressos nos capítulos que vão estruturar o programa de acção a levar ao congresso: emprego de qualidade; uma justa distribuição da riqueza e o combate às desigualdades; «por uma efectiva negociação colectiva e participação e uma acção colectiva eficaz»; «por uma Europa social e solidária»; e «uma acção internacional por um mundo de paz e progresso social».


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